Gosto de violetas

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Medos e Invejas

No antigo regime o medo reinava, havia medo de tudo ; a ditadura amedontrava , levava a impedir a acção, a não usar as palavras escrita ou oral contra o poder instituído ; todos sabiam que quem afrontasse o estado ditatorial seria preso , torturado e até assassinado.
Esse regime tenebroso e longo inculcou nos Portugueses um medo atávico e apesar da queda do regime em 1974 , esse medo não desapareceu ; ele continua a existir em relação à submissão hierárquica e embora atenuado , apareceu um medo diferente.
Apareceu o medo do rival , do colega , dos candidatos ao emprego, o medo de todos os outros . Esse medo é constantemente agravado pela falta de auto-estima do povo português . Os outros ,
os estrangeiros são sempre melhores do que nós ,
Só damos valor aos nossos depois de terem sido reconhecidos no estrangeiro .
A nossa, às vezes , excessiva simpatia com os de fora , resulta da nossa falta de auto-estima e , por vezes , demonstramos até uma certa subserviência em relação a eles.
Em Portugal os trabalhadores portugueses resistem a dar o seu melhor , têm medo
de ser avaliados , têm medo das singularidades do outro . Já os Romanos diziam do Lusitanos : “É um povo que não se governa nem se deixa governar”
A par desse medo e em consequência dele surge a inveja ; a inveja leva a que não se combata frontalmente o adversário , a que se encubram os conflitos.
Antes do 25 de Abril havia uma série de sentimentos negativos contra o país tais como:
desprezo, abjecção ,desgosto do nivelamento por baixo e da falta de liberdade.
Após o 25 de Abril dá-se um salto imenso e sem preparação , as pessoas atiram-se à caça de bons lugares e, claro ,por isso um alastrar de invejas.
A inveja não concorre para a acção , a inveja paralisa. Há olhares de inveja , silêncios prolongados , inflexões de voz que não são susceptíveis de confronto porque não são transformados em palavras ;sendo conscientemente produzidos e completamente compreendidos , não são possíveis de ser provados .Se até a palavra oral não serve de testemunho como poderá sê-lo um silêncio, um olhar ,uma inflexão de voz…
A inveja é silenciosa ,sub-reptícia , ataca o invejado e faz sofrer também o invejoso.
O pior que daí resulta é que a inveja leva à paralização da dinâmica da pessoa invejada, que,
muitas vezes fica sem forças para continuar a acção e desanima.
Quem surja como diferente ameaça a noção de que todos são iguais, em que a inveja acredita e deseja continuar a acreditar.
O invejoso quer nivelar por baixo e acostumou-se a isso na ditadura .Algo que surja como individual ,diferente ou fora do comum é logo rejeitado.
Por que não perder o medo e a inveja , fomentar a auto-estima , dar o seu melhor , apoiar e apoiar-se na singularidade e na diferença positiva dos outros ?
Os nossos emigrantes foram obrigados a deixar o país nas piores circunstâncias e demonstraram ser capazes de contribuir para criar riqueza nos outros países . Por que não todos os Portugueses quererem fazê-lo como eles , em Portugal?
O nosso país está a atravessar um momento muito difícil . Só vai para a frente se cada um dos Portugueses der o seu melhor , consciente que está a fazê-lo por si , para si e pelo seu país

Isabel Sá Lopes

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Blogues alternativos

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Sugiro :

Escutando a Isabel
Nas aguas mornas