Gosto de violetas

sábado, 27 de agosto de 2011

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Andar!

                          Obrigada, Florbela


Eu quero andar, andar, perdidamente
Andar só por andar: Aqui…além…
De lado, de costas e de frente
Andar! Andar! E saber andar bem.

Recordar? Esquecer? É importante!
Insistir ou fugir? É mal? É bem?
Teimar e ter de passar adiante
É tudo o que preciso, o que convém

Há uma satisfação em cada passo
É preciso apreciá-la sem cansaço
Pois se Deus nos deu pernas, foi para andar

E se um dia me conseguir esquecer
Que sejam as minhas pernas uma alegria
Que saiba andar…para lhes perdoar…

                                   Isabel Sá Lopes

                                     Julho , 2010

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Entravas e trazias o Sol

Entravas e trazias o Sol
Já te esperava há muito
Estendida espreitava a porta
Ver-te entrar, ver-te amar
Trazias a esperança mansa
De me ver recuperar
Com o teu amor e o sabor
Dos manjares que trazias
E trazias tudo o que podias
Entravas e trazias o Sol.
Algo brilhava em teu redor
Antes era tudo escuridão
Minha alma, sem saber dela,
Teimava em dizer não
Não quero, não aguento
Era tudo, tudo sofrimento
Entravas e trazias o Sol
Sorrias, alegre, por me ver
Sorria alegre por te ver
Renasci e quis viver

Isabel Sá Lopes
Setembro de 2010

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Estado da Língua Portuguesa

O Estado da Língua Portuguesa
A Língua Portuguesa e o Estado
Pronto .Decidi-me a falar dos prontos e outros. Estão bem vestidos, bem arreados, apressados. E eis de supetão, prontos!
Tudo estragado aos pontapés na Língua -Mãe. Até são “cultos” e “instruídos” e distraídos, prontos. Os assassinos da Língua -Mãe. Ocupam cargos, muitas comendas e sem emenda, prontos! Lá estão eles tão convencidos, tão sabedores e até doutores, apre! Prontos! Nâo são só “lapsus linguae”, são ignorantes , irra!
Enão são só os prontos mas os hades e os hadem em directo na televisão, ministros! Distraidos, pouco lidos, apressados, da cultura ignorados.
E é vê-los a atacar os indicativos, as concordâncias, a fugir aos conjuntivos, à conjugação pronominal, às dores de cabeça da Língua Portuguesa e às cabeçadas errantes pela Pátria, que para Pessoa “ A minha Pátria é a Língua Portuguesa”.
       E isto é a oralidade e a escrita ?
       Pronto. Desabafei !

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Medos e Invejas

No antigo regime o medo reinava, havia medo de tudo ; a ditadura amedontrava , levava a impedir a acção, a não usar as palavras escrita ou oral contra o poder instituído ; todos sabiam que quem afrontasse o estado ditatorial seria preso , torturado e até assassinado.
Esse regime tenebroso e longo inculcou nos Portugueses um medo atávico e apesar da queda do regime em 1974 , esse medo não desapareceu ; ele continua a existir em relação à submissão hierárquica e embora atenuado , apareceu um medo diferente.
Apareceu o medo do rival , do colega , dos candidatos ao emprego, o medo de todos os outros . Esse medo é constantemente agravado pela falta de auto-estima do povo português . Os outros ,
os estrangeiros são sempre melhores do que nós ,
Só damos valor aos nossos depois de terem sido reconhecidos no estrangeiro .
A nossa, às vezes , excessiva simpatia com os de fora , resulta da nossa falta de auto-estima e , por vezes , demonstramos até uma certa subserviência em relação a eles.
Em Portugal os trabalhadores portugueses resistem a dar o seu melhor , têm medo
de ser avaliados , têm medo das singularidades do outro . Já os Romanos diziam do Lusitanos : “É um povo que não se governa nem se deixa governar”
A par desse medo e em consequência dele surge a inveja ; a inveja leva a que não se combata frontalmente o adversário , a que se encubram os conflitos.
Antes do 25 de Abril havia uma série de sentimentos negativos contra o país tais como:
desprezo, abjecção ,desgosto do nivelamento por baixo e da falta de liberdade.
Após o 25 de Abril dá-se um salto imenso e sem preparação , as pessoas atiram-se à caça de bons lugares e, claro ,por isso um alastrar de invejas.
A inveja não concorre para a acção , a inveja paralisa. Há olhares de inveja , silêncios prolongados , inflexões de voz que não são susceptíveis de confronto porque não são transformados em palavras ;sendo conscientemente produzidos e completamente compreendidos , não são possíveis de ser provados .Se até a palavra oral não serve de testemunho como poderá sê-lo um silêncio, um olhar ,uma inflexão de voz…
A inveja é silenciosa ,sub-reptícia , ataca o invejado e faz sofrer também o invejoso.
O pior que daí resulta é que a inveja leva à paralização da dinâmica da pessoa invejada, que,
muitas vezes fica sem forças para continuar a acção e desanima.
Quem surja como diferente ameaça a noção de que todos são iguais, em que a inveja acredita e deseja continuar a acreditar.
O invejoso quer nivelar por baixo e acostumou-se a isso na ditadura .Algo que surja como individual ,diferente ou fora do comum é logo rejeitado.
Por que não perder o medo e a inveja , fomentar a auto-estima , dar o seu melhor , apoiar e apoiar-se na singularidade e na diferença positiva dos outros ?
Os nossos emigrantes foram obrigados a deixar o país nas piores circunstâncias e demonstraram ser capazes de contribuir para criar riqueza nos outros países . Por que não todos os Portugueses quererem fazê-lo como eles , em Portugal?
O nosso país está a atravessar um momento muito difícil . Só vai para a frente se cada um dos Portugueses der o seu melhor , consciente que está a fazê-lo por si , para si e pelo seu país

Isabel Sá Lopes